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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fundação da Cidade do Rio de Janeiro


Óleo sobre tela, "A fundação do Rio de Janeiro", de Firmino Monteiro.


Em face de erro tático e do sacrifício inútil de Mém de Sá, a Rainha-Regente Dona Catarina da Áustria mandou armar em Lisboa uma frota, cujo comando confiou desta feita, a Estácio de Sá outorgando-lhe patente de capitão-mor, investia Estácio de Sá de poderes para expulsar definitivamente, os franceses do Rio de Janeiro, e ali fundar, em nome do rei, uma cidade.
A pequena armada chegou na baia de Todos os Santos ao final de 1563, depois de receber reforços de gente e de canoas, além de provisões.
Em princípio de 1564 a armada singrou rumo ao sul levando consigo o ouvidor geral Braz Fragoso, e no Espírito Santo, Estácio de Sá procurou reforços a expedição com elementos de que pudesse dispor a capitânia, embarcaram nela o capitão provedor Belchior de Azevedo, e o chefe temiminó Araribóia com os seus índios, e no dia 6 de Fevereiro de 1564, a armada ancorou fora da barra da baia da Guanabara, Estácio de Sá passou a fazer incursões de reconhecimento do interior da baia, ao entrar a armada de Estácio de Sá avistou, no interior, uma naú francesa, que foi perseguida pela galé de Paulo Dias Adorno, na qual iam Duarte Martins Mourão e Belchior de Azevedo e Braz Fragoso, que a tomaram para a coroa, e entregando o seu comando para Antônio da Costa.  Estácio de Sá enviou a São Vicente um emissário, para chamar os padres Nóbrega e Anchieta, com intuito de aconselhá-lo no empreendimento que ia realizar, Estácio de Sá aguardava, certamente, a chegada dos padres para assentarem os meios de fundar povoações.
Soubera, entretanto que os tamoios estavam, de novo em guerra contra os portugueses em São Vicente, o capitão-mor decidiu em conselho, que a armada devia preparar-se para seguir para São Vicente, precedendo a partida da armada, saia da baia da Guanabara, a nau francesa apresada, sob o comando de Antônio da Costa e o caravelhão de Domingos Fernandes, foram atacados por muitos índios e franceses, em canoas fora da barra da baia da Guanabara, para recuperarem a naú tomada, houve um grande batalha na qual veio a se ferir mortalmente Domingos Fernandes. Desembaraçada da violência do ataque, as naús continuaram a sua rota para São Vicente. No entanto, a embarcação que tinha ido a São Vicente, afim de trazer os missionários, aproximava-se juntamente naquele momento, do Rio de Janeiro e lançaram ancora próxima da ilha dos franceses onde desembarcaram.
Ao despontar a madrugada foram atacados por flechas tamoias lançadas do mar para a ilha.
Estavam cercados. iam, com certeza, ser sacrificados a crueldade dos tamoios guanabarenses, ávidos de vinganças contra os portugueses, repentinamente, aparecem na entrada da baia os navios de Estácio de Sá, que voltavam para abrigar-se dos ventos impetuosos que ameaçava desbaratar a frota em alto mar. O capitão-mor encontrou-se afinal, com o Nóbrega e Anchieta. Ponderaram sobre a situação, resolveram então que se devia seguir para São Vicente, afim de reunirem ali, novos reforços e provisões para a luta, o que veio acontecer no dia 2 de Abril de 1564. Estácio de Sá permaneceu vários meses em São Vicente, cuidando das reparações necessárias aos navios da armada e acumulando os recursos indispensáveis a conquista do Rio de Janeiro, afim de estabelecer, ali os fundamentos de uma povoação. Sérios embaraços surgiram, contrariando os intuitos que o animava. A capitania de São Vicente, em virtude das lutas passadas, estava muito desprovida de recursos, tanto material como humano; os homens da armada e o próprios companheiros do capitão-mor procuravam, dissuadi-lo da tarefa, pois julgavam temerário, atacar os tamoios e franceses, fortemente aparelhados para a resistência. Com todos esses contratempos inquietaram o Espí­rito do comandante que passou a recear o ataque.
Nesse período de incertezas começou a atuar brandamente, a vontade perseverante de Manuel da Nóbrega, naquele instante angustioso em que parecia desvanecer-se a idéia de conquistar o Rio de Janeiro.
Naquele instante angustioso em que parecia desvanecer-se a idéia de conquistar o Rio de Janeiro; Foi-se com o capitão-mor e alguns dos seus comandados a Piratininga, onde havia abundância de mantimentos, enviou mensageiros aos maiorais tupininquins do sertão, pediu aos moradores de São Vicente que amparassem a empresa, enviou barcos a Bahia e ao Espírito Santo em busca de mantimento e gente, estimulou a juventude mestiça, prometeu perdão perante ao ouvidor, daqueles que tinham contas a prestar perante ao ouvidor. Formou-se assim, dentro em pouco, o ambiente favorável a partida da armada.
Após uma estádia de aproximadamente nove meses em São Vicente, Estácio de Sá partiu na naú capitanea a 22 de Janeiro de 1565 com destino ao Rio de Janeiro, e a 27 do mesmo mês, saíram de Bertioga, o padre Gonçalo de Oliveira e o irmão de Anchieta, com cinco navios pequeno que conduziam mamelucos e índios de São Vicente e Cananéa, do Espírito Santo saíram os temiminós, de Piratininga vieram se juntar os tupininquins e discípulos cristãos. Foram, portanto coroados de êxito, os esforços despendidos por Manuel de Nóbrega naqueles meses de agitação. A frota tinha afinal seguido para o Rio de Janeiro, e no dia 1o de Março, Estácio de Sá desembarcou com sua gente, numa praia situada entre a encosta do pão de açúcar e o morro cara de cão, e começa imediatamente a fortificação do núcleo inicial da futura cidade, e declara fundada a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
O padre Gonçalo de Oliveira entroniza em uma ermida de taipa e sapé uma imagem de São Sebastião, que passa a ser o padroeiro da cidade.
O nome de São Sebastião foi dado em homenagem ao jovem soberano de Portugal D. Sebastião, e o próprio capitão-mor Estácio de Sá   quem instituiu, como armas da cidade, às três setas do martírio de São Sebastião. E a 6 de Março, quando inacabadas ainda se encontravam as primeiras trincheiras, a planejada cidade recebeu logo o batismo da luta atacada pelos índios, a 1 de Março, os inimigos tecem nova e perigosa cilada aos povoadores, distribuídos em três naús e mais de cento e trinta canoas de guerra procedentes de Cabo Frio, investiram furiosamente contra os entrincheiramentos e baluartes inclusos da povoação, após alguns dias de lutas encanirçada, Estácio de Sá, em lance de habilidade e confiança tomou a suprema decisão de passar ao contra ataque. Numa demonstração de força e de disposição para a guerra, acometeu os navios franceses ancorados na baia e atacou decididamente. Esse rasgo de audácia e de mestria militar fez com que se atenuasse, a partir daí, a pressão sobre as obras da nova cidade.


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